Os 4 vereadores de oposição com o apoio e decisão do presidente Adevanil Moreira conseguiram aumentar o repasse à Câmara no valor de R$ 330 mil a mais em cima do valor que já tinha sido corrigido no valor de R$ 300 mil, no total de R$ 630 mil
Na sessão ordinária acontecida segunda-feira (04/7) a Câmara Municipal de Estiva Gerbi aprovou por 5 votos a favor contra 4, emenda ao projeto de lei Nº 15/2022, sobre as diretrizes orçamentárias, e direcionou mais R$330 mil para os cofres da própria Câmara. Segundo o presidente da Casa de Leis, Adevanil Moreira (Solidariedade), o Legislativo já tinha feito acordo com o Executivo e já tinha recebido aumento no projeto no valor de R$ 300 mil para 2023, indo de R$ 1.700 milhão para R$ 2 milhões. Resumindo, com a emenda apresentada em cima da hora e aprovada, a Prefeitura terá que repassar para a Câmara R$ 2. 330 milhões, o que deixou a prefeita Cláudia Botelho (MDB) revoltada.
“Me desculpa a revolta, mas está sendo literalmente uma covardia o que fizeram contra a população de Estiva, foi pra lá de desumano. O País passando por dificuldades tremendas, a população sofrendo com a desvalorização do nosso dinheiro que resultou em uma crise financeira enorme, e mais o problema com o COVID, aí os vereadores de oposição vêm e apunhalam os estivenses pelas costas tirando parte dos recursos que deveria ser gasto em vários projetos em prol da cidade, que só contribuem com a nossa população, para agradar a quem aposta no quanto pior, melhor”, desabafou a prefeita Cláudia Botelho completando que esse recurso provavelmente será usado em viagens desnecessárias.
Votaram a favor da emenda os vereadores Valdir Pazini (PSDB), Dú Del Judice (PSD), Eder Rocha (PTB) e Pastor Fábio (Solidariedade), e para desempatar a votação, que ficou 4 a 4, o vereador e presidente Adevanil Moreira decidiu por aceitar a proposta dos R$ 330 mil a mais.
Ainda, de acordo com a prefeita, ela já tinha acertado com o presidente Adevanil o aumento de R$300 mil, e isso já está no projeto de diretrizes, passando de R$ 1.700 milhão por ano a R$ 2 milhões. “Os cinco da oposição votaram uma emenda pedindo R$330 mil reais a mais para a Câmara. Porém, eu já tinha colocado R$300 mil de aumento na lei. Então somados dá o valor de R$630 mil a mais para a Câmara, sem contar que neste ano está havendo a reforma da câmara que custou R$240 mil e para o ano que vem esse dinheiro também estará sobrando, totalizando R$870 mil; dinheiro esse que fará falta na educação, na saúde, na ação social e em outros setores. Eles fizeram isso pra acabar com projetos da ação social, pra não ter mais material escolar gratuito, pra não ter mais uniforme escolar gratuito! Em momento algum falaram o que vão fazer com o dinheiro. Estou arrasada, trabalho tanto, poxa vida!”, disse indignada.
Em contato com o presidente Adevanil, nos informou que tudo não passa de “barulho”, porque só estão sendo votadas as diretrizes orçamentárias, e em setembro ou outubro será votado o orçamento para 2023. “O que vale é a votação que acontecerá em setembro ou outubro agora, que é o orçamento de 2023, agora só foram as diretrizes, e isso pode mudar”, se defendeu Adevanil.
Segundo Cláudia Botelho, a votação das diretrizes, aprovadas e sancionadas, já ficam valendo para a votação do orçamento no final do ano. “As diretrizes fazem parte do orçamento que vai ser votado, então o que for aprovado agora é o que vai valer a partir da votação do orçamento, e tem que ser respeitado na íntegra. Se foi aprovado mais R$330 mil, automaticamente esse valor já está no projeto do orçamento anual. Mas para o azar deles, o presidente Adevanil não seguiu os trâmites e deixou de analisar ofício protocolado pelo vereador José Sílvio Abreu, que informou a Mesa Diretora que o projeto é inconstitucional; e como foi aprovado, irei vetá-lo e entrarei na Justiça pedindo a anulação da votação”, explicou a prefeita.
O presidente Adevanil também reclamou de um documento falso que foi publicado nas redes sociais. “O documento que publicaram nas redes sociais é falso, é uma cópia muito mal feita do documento verdadeiro, que á a emenda. No documento falso o valor é R$960 mil, sendo que o original é R$330 mil. Estão querendo fazer auê com o que não é verdade, o projeto foi aprovado, mas isso não significa que esse valor vai ser gasto ou que fará parte do repasse”, encerrou.
Durante a conversa via WhatsApp com o presidente Adevanil, ele não conseguiu explicar o porque votou a favor do polêmico projeto e qual a destinação do dinheiro a mais, também não disse porque não cumpriu com o combinado entre o Legislativo e a Prefeitura, e muito menos contou porque a emenda foi apresentada em cima hora sem deixar que os vereadores de situação tivessem acesso. Ele só deu a entender em todo o instante que a aprovação do projeto não tem qualquer significância.
Por Adolfo Aparecido Januário Pedroso
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